Como Estudar Português para Concursos – Ep. Gramática 2
BEM-VINDOS À SINTAXE
Com o estudo correto de classes gramaticais, sintaxe jamais será um problema para você. Comece a estudar sintaxe pelo sujeito! E, para achar o sujeito, você deve recorrer ao verbo. Ele sempre passa uma informação acerca do sujeito.
Pergunte ao verbo! Ele mostrará o sujeito. Mas, por favor, não espere, em provas, que todas as frases estarão no mundo maravilhoso da ordem direta. Na frase, “Existem pessoas interessadas no curso completo”, o sujeito está posposto ao verbo.
Todos notam isso quando fazem a tal pergunta ao verbo: “O que existe?”. Resposta: Pessoas interessadas… Também estude OS TIPOS DE SUJEITO, pois o assunto é muito cobrado em provas.
ESTUDAR TUDO SOBRE O SUJEITO NOS LEVA A ESTUDAR AS REGRAS DE CONCORDÂNCIA
Otimize seu tempo. Ao lado do estudo do sujeito, leia as regras de concordância. Quase todas as regras de concordância existem baseadas nos tipos do sujeito. Espero do fundo do meu coração que você tenha assistido à aula presente ali no link acima. Ela ilustra bem o que estou falando. Tome posse das regras de concordância, tanto a regra básica, quanto os casos particulares. Estude também as orações sem sujeito, ou seja, os famosos verbos impessoais.
REGÊNCIA E TRANSITIVIDADE Primeiramente, estude transitividade verbal. Esteja atento à relação existente entre os verbos e os seus complementos, os seus adjuntos, o predicativo. Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. 14 de 26 A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou indiquem circunstâncias (adjuntos adverbiais).
O requisito para o estudo da regência verbal é o conhecimento sobre transitividade, ou seja, a relação do verbo com seus complementos. A transitividade verbal deve ser entendida como o movimento do significado do verbo em direção a um complemento, objeto direto, indireto. No caso dos verbos transitivos diretos, há o trânsito sem obstáculos e nos verbos transitivos indiretos há um obstáculo – a preposição – que impede o verbo de completar seu sentido de forma direta. É preciso ficar atento de verdade para o estudo correto dessa relação do verbo com os complementos.
No universo escolar, aprendemos a analisar verbos soltos, descontextualizados. Por exemplo, pensava assim na transitividade do verbo jogar solto: Quem joga joga algo. O verbo comprar: quem compra compra algo. Em concursos públicos, você não pode pensar dessa forma. Observe atentamente as seguintes frases: Este jovem joga futebol.
Este jovem joga na França. Esta empresa compra material reciclado. Esta empresa compra nos Estados Unidos.
Na frase A, observamos que há uma completa relação de transitividade acontecendo. Nessa frase, quem joga joga algo. Há o termo que pratica ação de jogar, nesse caso, o sujeito, e há aquilo que é jogado. A ação do verbo começa o sujeito e transitar até o complemento, que, por sofrer ação do verbo, é considerado objeto. Objeto direto, por não ter preposição. E o verbo é considerado transitivo direto. Na frase B, temos o mesmo verbo jogar. Contudo, ele não trabalha da mesma maneira que na primeira frase, em relação à transitividade. Nessa frase, existe apenas a figura que joga. O termo na França não é aquilo que é jogado, é apenas o local onde o jovem praticou ação de jogar.
Nessa frase, então, o verbo jogar é considerado intransitivo, pois sua ação não transita. Como o termo na França é onde se pratica ação, ele é considerado adjunto adverbial pela gramática Na frase C, O verbo comprar apresenta aquela antiga relação escolar de “quem compra compra algo”. Observe que material reciclado é aquilo que é comprado, ou seja, é o objeto direto do verbo transitivo direto. Na frase D, a gramática considera que o verbo comprar, em frases como essa, não possui complemento, pois o termo nos Estados Unidos é o local onde a empresa compra, e não aquilo que ela compra. Percebeu? Toda análise depende do contexto.
Não se analisa verbo solto. Não se imagina o verbo fora da frase para se analisar a sua transitividade. Não se deve esconder quem está depois do verbo para saber a sua transitividade. É justamente a observação de quem está depois do verbo que nos garante uma perfeita análise da sua transitividade.